São Paulo – Representantes de movimentos que atuam
na luta por moradias se reuniram na noite de hoje (8) com o prefeito de São
Paulo, Fernando Haddad. O
encontro durou mais de duas horas e ao final o prefeito disse que está
estudando a adaptação de programas federais para disponibilizar moradias no
centro da cidade.
“Nós estamos em negociação com o governo federal,
inclusive, pensando na adaptação do programa que não foi pensado para os
centros das grandes regiões metropolitanas. Porque o pressuposto do programa é
a terra, que o município não tem. Portanto, nós temos que conformar o programa
para a realidade de São Paulo”, disse.
Segundo o Coordenador da União dos Movimentos de
Moradia de São Paulo, Sidney Pita, existem mais de 20 imóveis ocupados por
movimentos sociais na cidade. Mas as ações poderão ser repensadas, caso a
prefeitura avance satisfatoriamente na redução do déficit habitacional. Os
movimentos sociais pedem 25 mil moradias para as famílias sem teto.
Apesar de ressaltar que não é o momento de colocar
o prefeito “contra a parede”, o representante da Central dos Movimentos
Populares (CMP), Luiz Gonzaga da Silva, disse que, por enquanto, as ocupações
devem continuar a ocorrer. “As ocupações vão continuar ocorrendo em áreas do
governo federal, estadual, particulares. Não retaliando esse ou aquele governo.
Porque as áreas que não cumprem a função social da propriedade, nós temos que
fazer que elas passem a cumprir”.
Haddad evitou se comprometer com metas específicas
para os movimentos sociais ou de moradias nas regiões mais próximas do centro
da capital paulista. Disse, no entanto, que o plano de habitação será
construído “a quatro mãos” e irá contemplar todos os segmentos da sociedade.
“No âmbito do diálogo com as entidades, existe o Programa Minha Casa, Minha
Vida – Entidades. É exatamente para cumprir essa função de dar respaldo para os
movimentos organizados”, declarou.