terça-feira, 25 de junho de 2013

O FAMOSO JEITINHO BRASILEIRO.


Quem olha a situação de perto quase não acredita que famílias consigam viver dessa forma, mas conforme lideranças comunitárias do Futuro Melhor, como é conhecido, essas pessoas já tiveram a promessa da Cohab e de políticos que teriam seus apartamentos e que chegaram escolher inclusive a cor que seria pintado as paredes, comenta Márcio, quem coordenou a ocupação. Em pouco mais de 30 minutos de  conversa, pude contar numa única rua (viela) mais de 95 crianças diferentes que passavam brincando, correndo como se a existência do mundo se resumisse ao que seus olhos conseguem contemplar. Muita dificuldade inclusive pra conversar, devido ao som alto do funk em várias versões ouvidas em várias janelas. Ao lado direito o único local de diversão, um campo de futebol que divide sonhos que talvez nunca se realizem, com ideais de investimento de capital (Conjunto Habitacional de Alto Padrão). Mais ao fundo próximo das duas torres, uma obra inacabada do Governo do Estado (Fábrica de Cultura - Inajar de Souza), que embora esteja parada, custou a vida de um funcionário após o desabamento de parte da laje que caiu enquanto estava sendo construida. Tudo isso nos faz pensar em algo que desgraça a vida de uns e beneficia outros, é o chamado jeitinho brasileiro. Com jeitinho os políticos engambelam a mente esquecida da comunidade, com jeitinho as obras ficam como estão, com jeitinho cria-se um conjunto de alto padrão ao lado da favela para aos poucos os governantes reivindicarem a área para "melhorias" da região e diante da falta de opção, o povo se arruma como pode. Talvez uma frase que tem sido divulgada nos canais sociais tenha seu fundo de verdade - um povo que sofre por votar em maus governantes não é vítima, é cúmplice.