quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

HOMEM EM PROCESSO DE DEGRADAÇÃO.




Ao  olharmos para certas realidades, somos tentados a proceder com uma análise meramente superficial. É o caso quando observamos uma foto como essa. Numa primeira instância,  só conseguimos perceber um amontoado de casas que crescem verticalmente cada vez mais nas periferias de São Paulo e das metrópoles, no entanto, ao lidar com essa comunidade percebemos que também estão amontoados seus sonhos, seus ânimos, suas rixas, seus descontentamentos (principalmente os que labutam por uma vida melhor, mas se vem na esteira da vida, patinando sem sair do lugar), suas tristezas e falta de expectativas de dias melhores.  

Por um lado, é preciso aprender lidar com as  “autoridades locais” e por outro, tentar se manter ileso em meio a um furacão de necessidades, violências e descaso do poder público, em algum momentos a frase mais consistente a ser dita talvez seja “terra de ninguém”. 

É nesse vai e vem da vida cotidiana que milhares de crianças e jovens estão sendo moldados, não conforme a educação dos pais ou o ensinamento e/ou transmissão de conhecimento produzido pelas escolas, mas desse sistema vicioso, que conduz o pobre, o negro, o desvalido de recursos e taxados pelo capitalismo exarcebado como classe social inferior, a um padrão de vida quase sempre a margem da dita “sociedade”.  Não obstante a toda essa situação, nos vemos cada vez mais longe do verde e do ambiente de equilíbrio das condições favoráveis a própria existência da humanidade na terra, assim percebemos o calor insuportável, onde as -03:00hs da madrugada, a temperatura ainda não chegou a níveis de se ter um sono saudável e o que dizer das rápidas tempestades que levam telhas, inundam casas e avenidas num piscar de olhos?

Com a depredação da natureza, esgoto a céu aberto derramando-se nas águas das nascentes e uma tremenda falta de pudor do homem em preparar o mundo para autodestruição a cada  dia que passa, é no mínimo desesperador pensar como será a história das próximas décadas.

Quem nos arremeteu a condições de vida tão execráveis tais quais contemplamos todos os dias ao nosso redor?

O paraíso está a caminho de se tornar um inferno em chamas e isso sem nenhuma conotação espiritual, uma vez que carros e ônibus têm sido queimados a plena luz do dia.

Se não houver a curto, médio e longo prazo , uma ação retentora dos abusos na ação humana, estaremos como diz o ditado popular, “cavando a própria cova” sem nenhuma possibilidade de remendo.

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