“O
transito de veículos em São Paulo está fadado à lentidão, não importa o
que façamos”. Essa é a opinião do especialista em transportes Horácio
Figueira, que participou nesta segunda (6/5) de um debate sobre
mobilidade urbana na Câmara Municipal de São Paulo.
“Na
minha visão, o trânsito de automóveis não se resolve nunca mais. Nem
que você tenha uma verba de dez trilhões de dólares para fazer túneis,
viadutos e elevados”, afirma Figueira, que é mestre em engenharia de
transportes pela USP.
No
entanto, isso não significa que não haja solução para que as pessoas se
locomovam com uma velocidade razoável pela cidade. Figueira e outros
especialistas presentes no evento apontaram o investimento no transporte
coletivo como única alternativa possível para São Paulo.
Para
o subprefeito da Lapa, Ricardo Pradas, o melhor caminho é criar
corredores de ônibus e melhorar os já existentes. Arquiteto com mais de
20 anos de experiência na Companhia de Engenharia de Tráfego (CET),
Pradas defende a restrição da circulação do transporte individual para
melhorar a velocidade dos ônibus.
Ele
vê com bons olhos as alterações realizadas pela CET na região do Largo
Treze, onde desde o início do mês apenas ônibus, táxis e motocicletas
podem trafegar em determinadas vias e horários. “Quanto melhor for a
velocidade, menos ônibus a gente precisa para cumprir os horários e mais
conforto o usuário terá”, disse o arquiteto.
Já
o vereador Ricardo Young (PPS), idealizador do evento, que faz parte do
projeto ‘Segundas Paulistanas’, defende que se priorizem investimentos
em transporte sobre trilhos. “Os ônibus fariam o transporte interno,
distrital, e os percursos de até 6 km seriam feitos pelos outros modais:
bicicleta, táxi compartilhado e a pé”, defende o parlamentar.
Entretanto,
nem um aumento gigantesco na extensão da malha metro-ferroviária vai
acabar com o trânsito, segundo a opinião de Horácio Ferreira. “O
automóvel cria o congestionamento com um número pequeno de veículos”,
afirmou o especialista. “Não são milhões de veículos que param a cidade.
Com menos de 200 mil veículos você consegue fazer com que todo o
sistema viário do centro expandido pare.”
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