[...] a abrangência do neoliberalismo possui uma dimensão bem
maior do que se imagina, e uma vez que os países subdesenvolvidos não possuem
uma economia forte, tornam-se os alvos primeiros de suas práticas, sendo mais
facilmente submetidos aos mandos e desmandos do mesmo. Deste modo, a
ideologia neoliberal ganha cada vez mais força no cenário mundial, ditando
políticas econômicas, jurídicas e educacionais, estas, por meio das
imposições de novas diretrizes para a educação, no sentido de adequá-la às
necessidades no mercado (OLIVEIRA, 2010).
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O
neoliberalismo propõe um Estado mínimo, que não se responsabiliza pela
regulação do mercado e transfere para a iniciativa privada algumas áreas e
serviços, como nos declara Libãneo, Oliverira e Tochi (2007, p. 101)
[...] no tocante
a educação a orientação do neoliberalismo
de mercado evidencia, ideologicamente, um discurso de crise e de fracasso da
escola pública como decorrência da
incapacidade administrativa e financeira de o Estado gerir o bem comum.
O
ideário do neoliberalismo é de promover uma reestruturação nos sistemas
educativos, iniciados nos anos 80 do séc.20,
alinhando-o aos interesses econômicos do capitalismo global; tal
influencia pode ser apercebida no
Brasil, pelo documento publicado pela Unesco em 1996, resultado do trabalho de
uma comissão designada para discutir e balizar os novos parâmetros para a
educação, o qual ficou conhecido como “ Os quatro Pilares da Educação”, ou
seja, “aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a
ser. Assim sendo, existem duas tarefas
ao capital colocadas para a educação nos países pobres ou subdesenvolvidos como
o Brasil:
Ampliar o mercado consumidor,
considerando a educação como geradora de trabalho, consumo e cidadania (na
prática incluir pessoas como consumidoras).
Gerar estabilidade política e
subordinação dos processos educativos aos interesses da reprodução das relações
sociais capitalistas, ou seja, garantir governabilidade e segurança.
Quebrar a inércia que mantém o atraso
nos países do chamado “terceiro mundo”
Construir um caráter internacionalista
das políticas públicas com controle dos Estados Unidos
Promover corte significativo na produção
de conhecimento nesses países.
Incentivar a exclusão de disciplinas
científicas, priorizando o ensino elementar e profissionalizante.